segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PARA IZILDA



"Parem os relógios, cortem o telefone.


Impeçam o cão de latir.


Silenciem os pianos e com um toque de tambor tragam o caixão.


Venham os pranteadores.


Voem em círculos os aviões...escrevendo no céu a mensagem:


" _Ele esta morto"


Ponham laços nos pescoços brancos das pombas.


Usem os policiais luvas pretas de algodão.


Ele era o meu norte, meu sul, meu leste e oeste.


Minha semana de trabalho e meu domingo.


Meu meio-dia, minha meia-noite.


Minha conversa, minha canção.


Pensei que o amor fosse eterno.


Enganei-me.


As estrelas são indesejadas agora,


Dispensem todas.


Embrulhem a lua e desmantelem o sol.


Despejem o oceano e varram o bosque,


Pois nada mais agora pode servir."
Do Filme: Quatro casamentos e um funeral

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bonito, eu vi o filme, mas já não me lembrava deste poema lindissimo !