A gente descobre que há um sumidouro, um lugar onde se
esconde todas as palavras não ditas, se esconde os nossos medos, os batons e
esmaltes não usados, como se fosse uma bolsa de mulher que tem de tudo lá
dentro, mas, quando se quer algo, não se encontra, não é bem o meu caso, pois já
não uso batom e nem esmaltes, mas eu já vi isto acontecer e sei como é...
A vida talvez seja assim, um sumidouro, dela eu reservo os
sentimentos, os cuidados com as pessoas que vivem comigo, umas delas eu queria
aqui bem perto o tempo todo, e outras bem longe... e outras a gente descobre
com o tempo... e ainda não sabe o que fazer...( acho que aqui que reside a dor,
não saber o que fazer.)
Umas vão para este sumidouro, e a gente procura, chama, fica
noites sem dormir, chora e nada, porque
não se sabe exatamente onde fica este sumidouro, e eu me pergunto o que foi que
eu fiz de errado? O que eu poderia ter feito para que não fosse assim? Eu olho
para a relação com esta pessoa e vejo que fiz tudo o que podia ter feito e
ainda assim ela não esta mais aqui, não por vontade própria, mas porque alguma
força maior quis assim e eu sei que ela faria por mim exatamente o que eu fiz
por ela e talvez até mais, não digo que havia um laço, mas sim um nó, um nó que
unia estas duas pessoas, nós podíamos gritar, ficar bravas, reclamar, falar eu
penso isto de você, eu penso aquilo, quero que você faça isto ou aquilo e nada
desfazia o tal nó, no ultimo momento eu gritei por ela e ela gritou por mim
.... Mãeeeeeeeeeeeee ,algo conseguiu desfazer este nó , os gritos não foram
ouvidos e ela se foi. Mas foi algo sagrado. E da minha parte por mais que seja
sagrado e que eu entenda que seja sagrado ainda não chegou o meu tempo de
aceitação.
E através desta pessoa você acredita que também existem muitos
outros nós... não, não, não, , só alguns, o que existe são laços, laços, que
com apenas um puxão se desfaz, que apenas com uma palavra mal dita, ou uma
atitude, se desfaz... E é isto que dói, a gente passa a vida inteira querendo
laços, mas o que faz a união é o nó!
A gente sempre acha ruim o nó... já sentiu nó na garganta? É
ruim né! Uma aflição, uma dor no peito, nó é sinal de coisas mal resolvidas
ensina os antepassados, a gente fica com medo de falar porque vai magoar e não
entende que a vida é um fio tênue e que a qualquer momento pode ser rompida....
Eu não sou este “Ser”, não corrompo a minha alma, estou
ainda aqui e carrego comigo o que as mulheres da minha família me ensinaram,
trago comigo todos os ensinamentos das minhas avós, da minha mãe, e elas sempre
me ensinaram: VAI DOER, mas seja forte e faça o que tem que ser feito! Siga a
lei de Deus e é tão difícil seguir estas leis quando os homens a modificam...
É fácil se criar um laço, basta abraços, visitas, sorrisos,
mas nó é muito difícil, para se ter um nó é preciso abrir o coração, se expor, gritar,
é preciso ouvir, é preciso estar junto, acolher, ter responsabilidade, é preciso verdade e coragem e é uma grande
pena quando alguém quer criar um nó e alguns acham que é mais bonito laços.
Nestas horas eu prefiro acreditar que realmente existe um
sumidouro.... e o desejo de ir para este sumidouro é muito grande. Eu rezo
todos os dias pra que Deus traga paz ao meu coração. Que dentro do que me foi
ensinado eu não machuque ninguém! Esta parte de seguir as leis de Deus e não
machucar ninguém eu ainda estou aprendendo. Acho que é isto que me dói, nenhum
ensinamento, porque elas nunca machucaram ninguém, e morro de medo de estar dando o passo errado,
mas estou seguindo o meu coração...Peço que em 2015 seja o tempo para que
dentro de mim tudo isto se resolva e que consiga ensinar as gerações futuras. E
peço desculpas por ter mentido, na hora eu falei pra você : vá... nós vamos
ficar bem..., eu não estou tão bem mas vou me esforçar para que minha mentira
vire verdade....Espero ainda sentir o toque suave da sua mão na minha e não
mais este estrangular dos ossos todas as
manhãs incertas quando abro os olhos .
Aqui há tantas confusões nos livros sagrados, mas acredite
naquele em que você possa me encontrar e me reconhecer novamente!
Não será o seu primeiro Natal sem mim, mas é o meu primeiro
sem você. Desculpe-me por tanto
sentimentalismo...
Mas “K” entre nós... Amo você!